Brasília Ambiental leva a importância do Cerrado para a COP 30 em Belém
- flavioresende

- 11 de nov.
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O Instituto Brasília Ambiental levou a relevância do Cerrado e as ações de preservação desenvolvidas no Distrito Federal à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), realizada em Belém (PA).
O presidente da autarquia, Rôney Nemer, apresentou, na manhã desta terça-feira (11), o painel “Emergências em biodiversidade e emergências climáticas no bioma Cerrado”, realizado na Casa da Biodiversidade e Clima.
Durante a exposição, Nemer destacou a missão, as competências e as principais atuações do Brasília Ambiental, ressaltando o papel da instituição na conservação do Cerrado e na geração de água, fatores fundamentais para o equilíbrio ambiental da região e do País.
Entre os exemplos de sucesso apresentados, o presidente citou a Estação Ecológica de Águas Emendadas (ESECAE) — Unidade de Proteção Integral reconhecida, desde 2018, como Escudo de Água e Patrimônio do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS). A unidade abriga mais de 50 nascentes, a Vereda Grande com mais de seis quilômetros de extensão, além de realizar o monitoramento de médios e grandes mamíferos e receber mais de 30 pesquisas científicas.
O presidente lembrou ainda que a ESECAE é o único local no mundo onde ocorre o fenômeno das Águas Emendadas, em que uma mesma nascente verte água para duas grandes bacias hidrográficas: a do Tocantins-Araguaia, que segue para a Amazônia, e a do Paraná, que flui para o Rio da Prata, passando por Bolívia, Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
Durante a apresentação, o presidente também expôs as diferentes unidades de conservação do Distrito Federal sob gestão do Instituto, ressaltando a diversidade da fauna e flora locais.
Ele destacou, ainda, os desafios impostos pelas chuvas intensas e secas prolongadas, frutos das emergências climáticas que impactam diretamente a proteção do Cerrado, e apresentou iniciativas voltadas à mitigação desses efeitos.
Entre as ações de prevenção e combate ao fogo foram mencionadas:
• Criação de faixas de proteção contra incêndios (aceiros); • Instalação de câmeras para detecção de focos de queimadas; • Formação de brigadas para resposta rápida e uso de técnicas de fogo controlado; • Monitoramento de invasões e ocupações irregulares; • Mais de 3.900 ações de fiscalização em unidades de conservação apenas em 2024, voltadas ao combate à caça e à captura de aves silvestres.
Outras frentes de atuação incluem o Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre, que realiza o acolhimento e reabilitação de animais, e os programas de educação ambiental, voltados à conscientização de crianças e adolescentes sobre a importância da preservação do Cerrado.
O presidente também destacou estratégias de mitigação e baixo carbono, entre elas:
• Usina de hidrogênio verde, que utiliza energia solar para produzir combustível limpo, cujos veículos movidos liberam apenas água na atmosfera;
• Coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer, substituindo o coque de petróleo por pneus inservíveis e resíduos sólidos;
• Infraestrutura de transporte sustentável, com incentivo ao uso de BRT’s (Transporte Rápido por Ônibus), ciclovias e transporte elétrico;
• Programa Produtor de Água, que promove o pagamento por serviços ambientais a produtores rurais;
• Calculadora Verde, instituída pelo Decreto nº 47.413/2025, para mensurar emissões de gases de efeito estufa e permitir compensações de carbono;
• Isenção de IPVA para veículos elétricos, medida que contribuiu para o crescimento de 10.000% na frota elétrica do DF desde 2020; • Ampliação das faixas exclusivas para transporte público e da malha cicloviária do território distrital.
Por fim, o gestor ressaltou os planos de adaptação e mitigação climática integrados, desenvolvidos pela Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal, que contemplam inventários e políticas públicas voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas.
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, aponta a mobilização contínua do GDF em cuidar do meio ambiente: “A preservação do cerrado é essencial para o equilíbrio climático e o abastecimento de todo o País. Levar essa pauta à COP 30 reforça o compromisso do DF com a sustentabilidade e com o protagonismo nas ações de conservação e adaptação às mudanças do clima”, disse.
“No segundo dia da COP30, o presidente Rôney Nemer apresentou de forma abrangente o trabalho do Instituto Brasília Ambiental, destacando seu papel fundamental na execução da política ambiental do Distrito Federal. Ele reforçou a importância da fauna, da flora e dos recursos hídricos do Cerrado, além de compartilhar as principais ações que temos implementado para prevenir e combater queimadas, em um contexto de emergência climática”, contou Gutemberg Gomes, secretário do Meio Ambiente do DF. O presidente encerrou a apresentação com um apelo aos participantes pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 504/2010, que visa incluir o Cerrado entre os biomas considerados patrimônio nacional. “Somente os esforços locais não são suficientes. O Cerrado representa uma contribuição essencial para todo o patrimônio natural do Brasil”, afirmou.










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