top of page

Projetos no Alto Paraná unem restauração da Mata Atlântica, conservação da biodiversidade e geração de renda

Equipe do Mater Natura em campo, plantando uma muda/Crédito Márcio Sanches
Equipe do Mater Natura em campo, plantando uma muda/Crédito Márcio Sanches

Impulsionar a restauração da Mata Atlântica no Alto Paraná, priorizando a implementação de corredores de biodiversidade, por meio da articulação de parceiros locais e do trabalho em rede. Essa é a estratégia adotada pelo WWF-Brasil, em parceria com dezenas de organizações locais, governos e comunidades, que já conseguiu recuperar 206,68 hectares nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, entre 2020 e 2025, beneficiando 299 pessoas. 

 

Mais do que restaurar áreas degradadas, plantando mudas e sementes ou conduzindo a regeneração natural, as iniciativas apoiadas pelo WWF-Brasil e diferentes organizações nesse período, contribuíram para a regeneração de serviços ecossistêmicos fundamentais para a vida na região. O resultado disso já se vê na economia local e na presença de diversos animais, como a onça-parda, nessas faixas de vegetação que uniram fragmentos de florestas, permitindo o deslocamento das espécies, o fluxo de sementes e pólen, e a troca genética entre populações da fauna e da flora.


A Ecorregião do Alto Paraná é um território onde Brasil, Argentina e Paraguai se encontram, conectados pela Mata Atlântica. A área tem atualmente 3,52 milhões de hectares de cobertura florestal, o que corresponde a apenas 15% da formação original. O lado brasileiro da ecorregião está distribuído entre partes dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. 

 

As ameaças à Mata Atlântica na região variam em cada país, mas há uma pressão comum para transformar remanescentes do bioma em terras agrícolas, pastagens ou zonas urbanizadas. Contudo, ainda é possível encontrar porções extensas de floresta, sendo que a maior parte é de frações isoladas, ou fragmentadas ao longo da paisagem, o que compromete o equilíbrio ecológico. 

 

Por isso, ações de conservação que favoreçam a conectividade entre os fragmentos, com a criação de corredores de biodiversidade, por meio da restauração da vegetação nativa, são essenciais. “Mas para que isso aconteça, é necessário que existam políticas públicas, incentivos econômicos e um sistema de governança colaborativa que assegure o manejo contínuo e o engajamento dos atores locais. É para garantir todos esses elementos que estamos trabalhando”, explica Daniel Venturi, especialista de restauração do WWF-Brasil. 


Corredores de biodiversidade e conservação da onça-pintada

Mesmo nesse cenário difícil, a ecorregião do Alto Paraná ainda abriga um nível extraordinário de plantas e animais. Entre eles está a onça-pintada, uma espécie emblemática para o WWF-Brasil, pois sua conservação passa pela necessidade de preservação de um ambiente inteiro, de grandes áreas de vegetação e de várias outras espécies. “Trata-se de um felino que está no topo de cadeia alimentar. Isso quer dizer que se a onça existe, todos os seres vivos e o ambiente ao seu redor estão saudáveis e em equilíbrio”, ressalta Felipe Feliciani, analista de conservação do WWF-Brasil.  


Com essa visão integrada, a partir de 2016 começou a ser desenvolvido no Alto Paraná um trabalho em parceria com o Projeto Onças do Iguaçu, com o Instituto Curicaca e com organizações da Argentina para conservação da onça-pintada, por meio da realização de censos, combate à caça e de projetos de coexistência entre seres humanos e esses felinos 


O investimento em corredores de biodiversidade veio a partir de 2020, tanto para alavancar os esforços de conservação da onça-pintada, que já vinham sendo feitos, como para recuperar as funções ecológicas da paisagem, como o ciclo da água, a qualidade do solo, a regulação do clima etc. “Isso beneficia a fauna, a flora e também garante a sobrevivência das pessoas. Está tudo interligado”, salienta Daniel Venturi. 


Outra função importante dos corredores é que, ao conectar fragmentos de floresta, permitem que os felinos se desloquem por territórios maiores, evitando que entrem em áreas urbanas ou agrícolas em busca de alimento. “Essa situação tem gerado grandes conflitos com humanos, levando ao abate das onças por medo ou retaliação”, explica Felipe Feliciani. Assim, corredores bem planejados reduzem essas interações negativas, oferecendo aos felinos rotas seguras pela vegetação nativa, bem como a expansão do território para obterem alimentação no ambiente selvagem. 

 

Destaques

Assine nossa newsletter •

Obrigado(a)!

Anúncios
Anúncio Chaé_.jpg
bottom of page